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Endividamento das famílias gaúchas cresce pela terceira vez consecutiva, diz pesquisa

Dados divulgados na Fecomércio apontam piora na condição financeiras de gaúchos em agosto. A tragédia climática é uma das razões para o problema

Endividamento das famílias gaúchas cresce pela terceira vez consecutiva, diz pesquisa Endividamento das famílias gaúchas cresce pela terceira vez consecutiva, diz pesquisa Endividamento das famílias gaúchas cresce pela terceira vez consecutiva, diz pesquisa Endividamento das famílias gaúchas cresce pela terceira vez consecutiva, diz pesquisa
Foto: Foto: Marcos Santos/USP/Arquivo Grupo RSCOM
Foto: Foto: Marcos Santos/USP/Arquivo Grupo RSCOM

O endividamento das famílias residentes no RS aumentou pela terceira vez consecutiva, atingindo 92,9%. É o que aponta levantamento divulgado pela Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul (Fecomércio). 

A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência das Famílias (PEIC-RS), da CN,indicava na edição anterior que esse valor era de 91,2%. Desde as enchentes de maio de 2024, os indicadores de endividamento e inadimplência interromperam um ciclo de queda e vem crescendo.

O fato de a pesquisa ser realizada em Porto Alegre, município fortemente atingido e que ficou muito tempo na condição de alagamento, tende a tornar os efeitos da tragédia natural sobre a condição financeira das famílias ainda mais acentuado, segundo a federação. Ainda assim, tanto os percentuais de famílias endividadas quanto os inadimplentes permanecem abaixo dos níveis de agosto de 2023.

A piora da condição financeira das famílias também é verificada em outros indicadores. Ao avaliar o nível de endividamento, os que se dizem ‘muito endividados’ são 29,6%. Na edição de julho de 2024, o percentual era de 28,1% e, em agosto de 2023, de 29,2%. A parcela da renda comprometida com dívidas foi de 28,1%. Na edição anterior foi de 28,0% e em agosto de 2023 de 26,4%.

“Já era esperada uma realidade como a retratada na PEIC. O que temos que ficar atentos é com relação aos movimentos futuros. No curtíssimo prazo é natural uma deterioração da condição financeira das famílias depois de uma tragédia da proporção como a que vivemos. O grande problema é se esse quadro de piora da situação orçamentária das famílias persistir”, comentou o presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn.

Apesar dos grandes volumes de transferências para as famílias atingidas pelas enchentes, o que tende aliviar a pressão sobre os orçamentos, a grande necessidade de reposição de bens perdidos e o aumento da desocupação em Porto Alegre (município onde é realizada a pesquisa) tendem a justificar os avanços percebidos na inadimplência, indicou a Fecomércio.

Saiba mais

  • No que diz respeito à condição de inadimplência, o percentual de famílias com contas em atraso atingiu 39,1% e registrou aumento em relação ao mês anterior (38,0% em julho de 2024). Na edição de agosto de 2023, o percentual foi 39,7%. 
  • O tempo de atraso no pagamento de dívidas vencidas foi de 32,8 dias e também teve alta na margem (31,8 dias em julho de 2024). 
  • Já o percentual de famílias que não terão condições de quitar nenhuma parte das dívidas em atraso nos próximos 30 dias teve a quarta alta consecutiva e atingiu 3,7%. Na edição anterior havia registrado 3,3% e em agosto de 2023, 2,4%.